RESUMO
Um
resumo nada mais é do que um texto reduzido a seus tópicos principais, sem a
presença de comentários ou julgamentos. Um resumo não é uma crítica, assim como
a resenha o é; o objetivo do resumo é informar sobre o que é mais importante em
determinado texto.Para Platão e Fiorin (1995), resumir um texto significa
condensá-lo a sua estrutura essencial sem perder de vista três elementos:
ü As
partes essenciais do texto;
ü A
progressão em que elas aparecem no texto;
ü A
correlação entre cada uma das partes.
Se o
texto que estamos resumindo for do tipo narrativo, devemos prestar atenção aos
elementos de causa e sequências de tempo; se for descritivo, nos aspectos
visuais e espaciais; caso o texto for dissertativo, é bom cuidar da organização
e construção das idéias.
Resumir
é apresentar de forma breve, concisa e seletiva um certo conteúdo.
Em
um resumo você vai colocar com poucas palavras as ideias que o autor
desenvolveu ao longo de um texto.
Um
resumo permitir recuperar rapidamente ideias, conceitos e informações, tornado
mais fácil de entender, pois saberá encontrar num texto as ideias mais
importantes.
Um
resumo deve ser:
BREVE E CONCISO: no
resumo de um texto, por exemplo, devemos deixar de lado os exemplos dados pelo
autor, detalhes e dados secundários.
PESSOAL: um
resumo deve ser sempre feito com suas próprias palavras. Ele é o resultado da
sua leitura de um texto
LOGICAMENTE ESTRUTURADO: um
resumo não é apenas um apanhado de frases soltas. Ele deve trazer as ideias
centrais (o argumento) daquilo que se está resumindo. Assim, as ideias devem
ser apresentadas em ordem lógica, ou seja, como tendo uma relação entre elas. O
texto do resumo deve ser compreensível.
Resumir
um texto é reproduzir com poucas palavras aquilo que o autor disse. Para se realizar
um bom resumo, são necessárias algumas recomendações:
v Ler
todo o texto para descobrir do que se trata. Ler não é apenas passar os olhos
no texto. É preciso saber tirar dele o que é mais importante, facilitando o
trabalho da memória. Saber resumir as ideias expressas em um texto não é
difícil.
v Reler
uma ou mais vezes, sublinhando frases ou palavras importantes. Isto ajuda a
identificar.
v Distinguir
os exemplos ou detalhes das ideias principais.
v Observar
as palavras que fazem a ligação entre as diferentes ideias do texto, também
chamadas de conectivos: "por causa de", "assim sendo",
"além do mais", "pois", "em decorrência de",
"por outro lado", "da mesma forma".
v Fazer
o resumo de cada parágrafo, porque cada um encerra uma ideia diferente.
v Ler
os parágrafos resumidos e observar se há uma estrutura coerente, isto é, se
todas as partes estão bem encadeadas e se formam um todo.
v Num
resumo, não se devem comentar as ideias do autor.
v O
tamanho do resumo pode variar conforme o tipo de assunto abordado. É recomendável
que nunca ultrapasse vinte por cento da extensão do texto original.
v Nos
resumos de livros, não devem aparecer diálogos, descrições detalhadas, cenas ou
personagens secundárias. Somente as personagens, os ambientes e as ações mais
importantes devem ser registrados.
v O
resumo deve começar com uma frase que contenha o essencial do documento
original, evitando repetir as palavras do título.
v Deve incluir unicamente os pontos
significativos, ser claro e conciso, evitando comentários periféricos e generalidades.
v Deve ser redigido em um único parágrafo, com
frases simples, coerentes, e com continuidade (começo, meio e fim). Não deve
consistir de um amontoado de sentenças desconexas, cada uma referindo-se a um
tópico.
v O resumo não deve conter citações bibliográficas,
tabelas, quadros, esquemas.
v Dar preferência ao uso dos verbos na 3ª pessoa
do singular. Tempo e verbo não devem dissociar-se dentro do resumo.
v O resumo deve conter um total de até 2.500
caracteres (exceto título e descritores), em função dos limites estabelecidos
para disseminação da tese nas bases de dados especializadas.
Deve-se
evitar:
v Uso
de frases negativas e o uso indiscriminado de adjetivos, advérbios, neologismos
e abuso de explicações.
v Uso
de expressões como "O presente trabalho trata ...", "Nesta tese
são discutidos....", "O documento conclui que....",
"aparentemente é...." etc.
v Informações
ou afirmações que não figurem no documento original.
v Abreviaturas
e siglas - quando absolutamente necessário, citá-las entre parênteses e precedidas
da explicação de seu significado, na primeira vez em que aparecem.
Texto
Formal e Impessoal
O
texto técnico-científico não admite o uso de linguagem informal e pessoal. Não
pode usa 1ª pessoa do singular ou pluralcomono
exemplo abaixo:
v Nossos trabalhos de campo estão se desenvolvendo a contento, não
trazendo maiores preocupações com relação aos prazos que estabelecemos para o
projeto.
As
duas frases abaixo são opções melhores que a do exemplo acima, pois tratam o
assunto de maneira estritamente técnica, em linguagem formal e impessoal.
v Os trabalhos de campo foram efetuados dentro dos prazos
estabelecidos no projeto original.
v Os trabalhos de campo se desenvolveram conforme previsto, de
forma que o projeto será cumprido no prazo estabelecido.
Existem,
segundo van Dijk&Kintsch (apud FONTANA, 1995, p.89), basicamente 3 técnicas
que podem ser úteis ao escrevermos uma síntese. São elas o apagamento, a
generalização e a construção.
Apagamento
Como
no nome já diz, o apagamento consiste em apagar, em cortar as partes que são
desnecessárias. Geralmente essas partes são os adjetivos e os advérbios, ou
frases equivalentes a eles. Vamos ver um exemplo.
ü O
velho jardineiro trabalhava muito bem. Ele arrumava muitos jardins diariamente.
Sendo essa a frase a
ser resumida através do apagamento, poderia ficar assim:
ü O
jardineiro trabalhava bem.
Cortamos
os adjetivo “velho” e o advérbio “muito” na primeira frase e eliminamos a
segunda. Ora, se o jardineiro trabalhava bem, é porque arrumava jardins; a
segunda informação é redundante.
Generalização
A
generalização é uma estratégia que consiste em reduzir os elementos da frase
através do critério semântico, ou seja, do significado. Exemplo:
ü Pedro
comeu picanha, costela, alcatra e coração no almoço.
As palavras em destaque
são carnes. Então, o resumo da frase fica:
ü Pedro
comeu carne no almoço.
Construção
A
técnica da construção consiste em substituir uma sequência de fatos ou
proposições por uma única, que possa ser presumida a partir delas, também
baseando-se no significado. Exemplo:
ü Maria
comprou farinha, ovos e leite. Foi para casa, ligou a batedeira, misturou os
ingredientes e colocou-os no forno.
Todas essas ações
praticadas por Maria nos remetem a uma síntese:
ü Maria
fez um bolo.
Além
dessas três, ainda existe uma quarta dica que pode ajudar muito a resumir um
texto. É a técnica de sublinhar.
Enquanto
você estiver lendo o texto, sublinhe as palavras ou frases que fazem mais
sentido, que expressam ideias que tenham mais importância. Depois, junte seus
sublinhados, formando um texto a partir deles e aplique as três primeiras
técnicas.
Existem
vários tipos de resumo. Antes de fazer um resumo você deve saber a que ele se
destina, para saber como ele deve ser feito. Em linhas gerais, costuma-se dizer
que há 3 tipos usuais de resumo: o resumo indicativo, o resumo informativo e o
resumo crítico (ou resenha).
Resumo
Indicativo
Indica
apenas os pontos principais do texto, não apresentando dados qualitativos,
quantitativos, etc.
Resumo
Informativo
Informa
suficientemente ao leitor, para que este possa decidir sobre a conveniência da
leitura do texto inteiro. Expõe finalidades, metodologia, resultados e
conclusões.
Resumo
crítico (resenha)
Resumo
redigido por especialistas com análise interpretativa de um documento.
MODELOS
RESUMO
TURNER, Frederick.A
reforma do planeta Marte.Revista
Superinteressante.n° 7, julho de 1991, p. 18-24.
Um
dos projetos mais ousados e ao mesmo tempo mais cativantes propõe nada menos
que reconstruir o planeta Marte, isto é, moldar seus recursos naturais, a ponto
de torná-lo menos hostil à sobrevivência do homem. Na Terra, ocorreram muitas
transformações até que a vida que conhecemos surgisse. O hidrogênio gasoso
combinou-se com o oxigênio para formar água: foi dessa maneira que surgiu a
maior parte da água dos oceanos terrestres. Se tantas transformações ocorreram
na Terra por meios biológicos, não poderia também acontecer em Marte? Os
céticos poderiam insistir, dizendo que nenhum organismo terrestre contemporâneo
sobreviveria muito tempo em Marte. Mas a questão da água poderia ser resolvida
a partir das pequenas reservas de vapor existentes na atmosfera e conhecidas
desde o pouso da nave americana Viking I, em meados da década de 70. Análises
detalhadas da atmosfera indicam que a pressão atmosférica em Marte já foi alta
o bastante para liquefazer a água. Um fato essencial é a cor da superfície
marciana: se o solo ficar mais escuro, refletirá menos luz e elevará a
temperatura do planeta. O calor, em seguida, libertaria gases atualmente
congelados e contribuiria para aumentar a pressão do ar, facilitando o livre
curso da água sobre o solo. O impacto dos meteoros artificiais também aqueceria
rochas mais profundas e isso talvez faça ressuscitar o extinto Vulcão Olympus
Mons. Mesmo se apenas uma fração dos gases liberados por tal impacto
permanecesse na atmosfera marciana, seria o suficiente para aumentar consideravelmente
sua pressão e temperatura e enchê-la de vida. Muitas das mudanças necessárias
em Marte poderiam surgir pelo emprego da nanotecnologia, por meio da qual
podem-se forjar estruturas microscópicas na superfície dos metais. Os
nanotecnólogos seriam incumbidos de projetar microfábricas químicas para
extrair minerais e gases úteis do solo de Marte. Vamos supor, no entanto, que
se possa criar um ambiente controlado, análogo ao de Marte, de tal modo que as
formas marcianas de vida pudessem engendrar-se a si mesmas. Os biólogos, de
fato, já estão tentando exprimir a genética dos organismos na forma de
programas de computador. A luta pela sobrevivência selecionaria determinadas
características dos organismos, cada vez mais velozmente, de geração em
geração. Surgiriam, assim, os organismos adaptados para viver em Marte. Nessa
seqüência, o primeiro objetivo seria extrair dióxido de carbono da atmosfera e
do solo rochoso. Junto com a água, liquefeita pelo calor adicional, substâncias
constituiriam um ambiente parecido com o da Terra. Em apenas quarenta anos, o
trabalho de jardinagem planetária imaginada pelo escritor Frederick Turner terá
tornado Marte um agradável lugar. Em alguns pontos de Marte, a cor do céu tende
à púrpura. A bela cor vermelha de Marte, associada ao sangue, talvez explique
por que gregos e romanos o tinham na conta de deus da guerra e pode, também,
ter ajudado a transformá-lo em um mito. Marte, mais do que qualquer outro
planeta, é bastante parecido com a Terra. Está apenas 50% mais distante do Sol
do que a Terra e seu ano dura aproximadamente o dobro do ano terrestre.
RESUMO
LAKATOS, Eva Maria. O trabalho temporário: nova forma de
relações sociais no trabalho. Tese (Livre-docência em Sociologia) - Escola de
Sociologia e Política de São Paulo, 1979.
A
partir da Idade Média, as sucessivas fases da organização industrial apresentam
o sistema familiar, onde a produção era realizada pelos membros da família,
para seu próprio consumo e não para a venda, pois praticamente inexistia
mercado; o sistema de corporações, em que a produção ficava a cargo de mestres
artesãos independentes, donos da matéria-prima e das ferramentas de trabalho,
auxiliados por aprendizes, atendendo a um mercado pequeno e estável: não
vendiam seu trabalho, mas o produto de sua atividade; sistema doméstico, com um
mercado em expansão, onde o mestre artesão perde parte de sua independência:
surge o intermediário a quem pertence a matéria-prima e, em consequência, o
produto acabado; sistema fabril, atendendo a um mercado cada vez mais amplo e
oscilante, onde a produção é realizada em estabelecimentos pertencentes ao
empregador, sendo o trabalhador totalmente dependente, pois não é mais dono dos
instrumentos de produção: vende, portanto, sua força de trabalho. As relações
sociais formais de produção resultam "dos direitos definidos de acesso a
um particular meio da vida e de participação nos resultados do processo de
trabalho. As relações sociais no trabalho compreendem "aquelas relações
que se originam da associação, entre indivíduos, no processo cooperativo de
produção. A Revolução Industrial não alterou as relações sociais formais de
produção do sistema fabril. De acordo com a natureza da elite que orienta,
introduz ou determina o processo de industrialização, as relações sociais no trabalho
recebem diferentes inf1uências. As principais são: processo empregado no
recrutamento da mão-de-obra; na integração do trabalhador na empresa; na
autoridade que elabora as normas referentes às relações entre o trabalhador e a
direção da empresa; no caráter da autoridade da gerência sobre o trabalhador. A
elite dinástica recruta, baseada em laços familiares; utiliza mecanismos
paternalistas de integração; elabora normas através do Estado e da pr6pria
gerência e tem uma preocupação paternalista com os trabalhadores. A classe
média recruta segundo a habilidade; cria mecanismos específicos de integração;
a elaboração das normas é pluralista e considera o trabalhador como cidadão. Os
intelectuais revolucionários realizam um recrutamento apoiados na filiação
política; a integração dá-se através do apelo ideológico; a elaboração das
normas encontra-se sobre a égide do partido e do Estado, e a autoridade tem
caráter ditatorial, de início, e, mais tarde, constitucional. Os
administradores coloniais recrutam segundo a naturalidade; a integração é
paternalista; as normas são elaboradas pela metrópole e as formas de autoridade
são ditatoriais e paternalistas. Os líderes nacionalistas recrutam segundo a
qualificação profissional e política; a integração baseia-se na elaboração de
normas; consideram o trabalhador como patriota; a elaboração de normas destaca
o Estado e os dirigentes, e a autoridade depende do tipo de gerentes.
Distingue-se o trabalho temporário de outras atividades, tais como: trabalho
parcial, recrutamento direto, período de experiência, empréstimo de
trabalhador, subcontratação, empreitada, trabalhador sazonal, diarista,
trabalhador externo e trabalhador doméstico. Na conceituação de trabalhador
temporário faz-se referência a uma relação triangular entre o empregador
(agência de mão-de-obra temporário - fornecedor), o trabalhador temporário e a
empresa cliente (tomador). O trabalho temporário “è uma consequência do sistema
fabril de produção, surgindo espontaneamente em determinada etapa do desenvolvimento
econômico, inserindo-se, geralmente, em formas específicas de organização do
trabalho - determinada pela tecnologia e pluralista - sob certas condições:
organização contratual, contratos individuais e baseados na ocupação. A
sociedade industrialmente desenvolvida favorece o surgimento do trabalho
temporário. A ampliação deste é incentivada pelo aumento da divisão do trabalho
e pela especialização: coincide sua expansão com o aumento do desemprego. O
trabalhador temporário diferencia-se daquele que é fixo por um conjunto de
caracter1ísticas, sendo as mesmas uma decorrência do tipo de atividade
exercida, assim como do tempo de exercício da função. O trabalhador â
encaminhado a esta atividade principalmente pela insuficiência de oferta de
empregos fixos. O trabalhador temporário â predominantemente do sexo masculino;
entre 18 e 30 anos; com primário completo; sem companheiro; família pouco
numerosa, geralmente migrante do pr6prio Estado; renda familiar entre R$
2.500,00 e R$ 5.000,00 (1976); responsável econômico da família; mora em casa
alugada e não possui outra fonte de renda ou bens.